quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Entrevista do gabriel Schorr, na íntegra!!!

Galera! Para quem ficou curioso lendo a entrevista do brasileiro - israelense, Gabriel Schorr, segue abaixo tudo o que o cara contou para a Sababah, sem cortes!!! Aproveita!

Em que ano você fez aliá?

Dezembro de 1999.

O que motiva um jovem a ir pra Israel? Essas motivações se confirmam na chegada?

Durante minha vida em Porto Alegre, Israel teve uma enorme importância. No movimento juvenil, nos chaguim (festas), etc. Após o colégio, fui para o Shnat pelo movimento juvenil Betar e isso confirmou de forma absoluta minha conexão com Israel.

Como foi para os teus pais a tua decisão de morar fora do Brasil?

Especificamente meus pais foram os que plantaram em mim a semente sionista. Imagino que se separar dos filhos não é fácil, mas eles sabiam exatamente para onde eu estava indo.

Você foi bem recebido em Israel?

Sim. Chegar em Israel, ou imagino que em qualquer lugar do mundo, depende muito mais de como queres chegar do que como vão te receber. A vontade de curtir todo esse novo mundo, a liberdade, os novos conhecidos já sem os antigos conhecidos. E um fator importantíssimo é a segurança: sentir que não há problema em dar voltas por aí, pegar ônibus em lugares que não conheces à noite, morar em bairros que não são chiques...

O que você fez logo que chegou a Israel?

Eu comecei minha aliá em um kibutz chamado Maagan Michael, fazendo aulas de hebraico e trabalhando. Isso, na minha opinião, é a melhor forma de começar: tudo está arranjado, não existem preocupações. Depois, quando terminaram os primeiros seis meses, me mudei para Jerusalém por alguns meses e, de lá, para Tel Aviv. Depois de um ano e meio, fui chamado para o exército.

Israel é um país formado por muitos jovens. O que você acha disso?

Israel tem uma infraestrutura muito preparada para jovens, com muitas opções de trabalhos para quem está estudando ou recém acabou o exército. Isso é muito bom, porque o jovem é realmente dono de sua vida. Nestes últimos anos, também chegaram muitos jovens brasileiros, o que formou uma turma bem legal. Isso ajuda muito aos que vêm chegando.

Quando você começou a se sentir um israelense? O que isso significou para você?

Eu creio que durante o exército. A experiência de passar, assim como todos israelenses, por infinitas emoções, sensações (boas e más). Usar e depender só do transporte público em zonas que não são turísticas. As filas, a espera. Sentir-se completamente igual a todos aqueles que estavam vestidos de verde ao redor e saber que, os que não estavam vestidos, há pouco tinham, graças a Deus, tirado seu uniformes.

Como foi estar em um exército que está constantemente em conflito? Quais eram as suas atividades lá?

O exército é muito duro, difícil e LONGO! Mas tu nunca estás sozinho. O grupo de pessoas que começa e, normalmente, também termina contigo, te apóia por todo o caminho. A época de treinamento e aprendizado é muito rígida e sofrida, mas, depois tu te dás conta de que é só treinamento, então, se tenta rir o máximo possível. Infelizmente, nos últimos anos, nos deparamos com muitos conflitos pesados e estar na frente deles não é muito fácil, nem tranquilo. Eu participei de algumas entradas em zonas de conflito para prender terroristas, armamentos, explosivos ou coisas do gênero. Tudo que não danifica o corpo e a alma, com certeza, fortifica. Os duros momentos que passamos me fizeram uma pessoa melhor hoje em dia.

O que passava pela tua cabeça quando você estava em confronto, no exército?

Quero dormir, quero comer, quero sair daqui já! Que Deus não deixe de me olhar lá de cima nem por um segundo!

Em que cidade você mora? Tem algum tipo de conflito por perto?

Eu moro há 5 anos num moshav chamado Michmoret. Seria como um condomínio que fica em frente à praia, numa área lindíssima de Israel. O único conflito é saber se vai ter água viva ou se vai ter onda hoje ou não (sic).

Qual é a tua atual profissão?

Sou guia de turismo.

O que você fazia no Brasil? Dá saudade daqui? Você voltaria para cá?

No Brasil, só acabei a escola e depois vim para cá. Acho que saudade não dá, não. O Brasil é lindíssimo e passear pelos seus lindos lugares e lindas pessoas, fiz e farei outras vezes. Morar, por enquanto, não me parece uma opção tentadora. Quando vou ao Brasil, normalmente na segunda semana, já estou com saudade de Israel. Independente de onde eu esteja, na segunda metade do mês já dá aquela vontade de voltar para casa.

Hoje em dia, você se sente mais israelense ou brasileiro? Ou uma mistura dos dois?

Israelense. O mais legal é que para os israelenses eu sou muito brasileiro. E para os brasileiros muito israelense.

Você virou um mito em Porto Alegre, um herói para muitos. Você se enxerga assim?

Eu sempre digo uma frase para as pessoas que guio aqui em Israel. Especificamente, quando visitamos o cemitério de Har Herzl, onde estão enterrados os principais líderes sionistas e os soldados caídos em guerras: “da porta do cemitério para dentro, há centenas de heróis mortos por Israel, e da porta do cemitério para fora, há mais ou menos 7 milhões de heróis vivos por Israel”.

Você tem alguma dica para dar às pessoas que pretendem seguir este rumo?

WELCOME! Venham visitar, tirar suas dúvidas antes de tomar decisões. Mas, mesmo os que as tomem, confiem, acreditem. Sempre se começa desde baixo aqui em Israel. O que significa que depois nao tem para onde descer: é só SUBIDA! Nos vemos aqui!

Para você que pensa em fazer Aliá algum dia, o Gabriel é, sem dúvidas, um grande exemplo de que é possível se estabelecer e ser feliz em Eretz Israel!

3 comentários:

Célia Hulda Amaral Moraes Caetano disse...

Achei muito legal encontrar esse Blog por acaso nesse momento, pois Gabriel, foi o guia que conduziu-nos na viagem em Outubro/2009, o "ensinador do caminho", e realmente pudemos ver um brasileiro que se parece muito mais com um israelita, que ele realmente é, faz a gente ficar deslumbrada por Eretz Israel, pois ele conta e eensina tudo com muito amor pela terra, pelo povo. Isso é muito especial. Nossa turma ficou muito agradecida por ter sido Gabriel o guia do famoso ônibus 3.Que ele seja muito bem sucedido em tudo que fizer.
Pasatora Célia Hulda - Go - Br.

Anônimo disse...

gostei muito da explanação , referente a vida do kibutz . tenho a intenção de morar la e fazer a minha alia com a minha esposa e o meu filho de 10 anos de idade . gostaria de saber se é possivel .

Sababah disse...

Nós podemos encaminhar o seu nome para a Agência Judaica. Você gostaria?? Se você for gaúcho, basta enviar um email para eitanpoa@agenciajudaica.com.br
Um grande abraço!